Armadilha fotográfica registra onça pintada em área da Embrapa em Sinop

A foto, tirada no dia 11 deste mês, confirmou a presença do animal, cujas pegadas já haviam sido vistas anteriormente em diversos pontos do centro de pesquisa.
Armadilha fotográfica registra onça pintada em área da Embrapa em Sinop

Uma das armadilhas fotográficas instaladas no experimento de restauração de reserva legal da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop, registrou a imagem uma onça pintada. A foto, tirada no dia 11 deste mês, confirmou a presença do animal, cujas pegadas já haviam sido vistas anteriormente em diversos pontos do centro de pesquisa, que fica a cerca de dez quilômetros do centro da cidade. 

O registro encantou e assustou muitos servidores. Enquanto por um lado a preocupação é com a segurança das pessoas que transitam pelo campo e também pela segurança do gado, por outro a presença do felino é um sinal positivo para a pesquisa que avalia diferentes formas de recomposição de reserva legal e de como a fauna e flora retomam a ocupação das áreas antes desflorestadas.

Para o pesquisador Ingo Isernhagen, responsável pelo experimento, a presença da onça é um bom sinal para a saúde do ecossistema, mostrando como a restauração pode ajudar na preservação.

De acordo com o biólogo Patrick Lazari, responsável pelo monitoramento da fauna no experimento, dificilmente essa onça tem sua moradia no local do registro da foto. Como a mata que passa na Embrapa segue um curso d’água e se liga ao rio Teles Pires, com grande extensão de mata ciliar, ela a usa como um corredor de passagem.

“Por mais que tenha curral com gado ali próximo, como até hoje não se registrou nenhum ataque, é sinal que ela não está ali pelos bovinos. Até porque na região ainda têm muitos animais que são presas para ela, como cateto e queixada”.

Trabalhos de rastreamento feito com onças pintadas mostram que os animais chegam a circular por um raio de mais de 100 km.

Mesmo antes da foto já era sabido que onças transitavam pela região da Embrapa. Além da onça pintada, onça parda também já foi avistada na área por empregados. Porém, para maior tranquilidade de quem transita pela região, são muito raros os casos de ataque de onças a seres humanos, sendo mais comum o ataque a animais domésticos.

De toda forma, Patrick diz que com ou sem o registro de onça, vale sempre a recomendação de não andar sozinho em regiões de mata e estar sempre atento ao seu entorno.

O registro fotográfico da onça pintada faz parte do monitoramento da fauna no experimento de restauração de reserva legal. O trabalho é coordenado pelo biólogo Patrick Lazari, da Unemat, com apoio da UFMT.

Em dois períodos de 30 dias em que as câmeras ficaram instaladas, já foram registrados animais como quati, tatu peba, tamanduá bandeira, lobinho (lobete), anta e ouriço.

Além dos médios e grandes animais, outros grupos de pesquisadores têm feito feito o acompanhamento da fauna de insetos, repteis, anfíbios e da microbiota do solo na área de recomposição da reserva legal.

O objetivo desse trabalho é ver como ocorre o retorno da fauna usando diferentes estratégias de revegetação, como plantio de mudas, semeadura direta, semeadura a lanço e regeneração natural. 

Ao mesmo tempo são feitas avaliações sobre o desenvolvimento das árvores, diversidade de espécies e avaliação econômica das diferentes estratégias de recomposição da reserva legal.

Fonte Só Notícias

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