Condenação não recupera danos causados na minha vida, diz médica baleada por policial em Guarantã

De acordo com o processo, a médica teria se recusado a fornecer um atestado ao policial que chegou na unidade alegando que havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC)
Condenação não recupera danos causados na minha vida, diz médica baleada por policial em Guarantã

A médica Valeria Lemelle Xavier, de 53 anos, disse em entrevista, ao Só Notícias, que a sua vida foi destruída e mesmo com a condenação de 10 anos e 5 meses de prisão do ex-policial militar, Lourival de Oliveira, de 50 anos, em Guarantã do Norte ontem à noite, não recuperará os danos causados.

“A minha vida não será consertada de novo. Ele destruiu a minha vida. Eu perdi o contato com minha filha por não ter mais condições de mantê-la, meu pai infartou por não suportar essa situação. Além disso, entrei em depressão. Nada vai limpar essa sujeira, mas pelo menos vai pagar com alguma coisa. Espero que fique no regime fechado”, disse Xavier.

Morando no Rio de Janeiro, Valeria se recupera de uma cirurgia feita recentemente na coluna. “Essa já a teceria cirurgia. Perdi um pulmão e tenho duas hérnias. Neste momento, estou em pós-operatório com dreno e tentando levar a vida, mas não posso mais trabalhar. Estou aposentada e ganho menos da metade de quando trabalhava. Isso acabou com a minha vida. Eu sempre gostei de trabalhar e era uma mulher ativa. Tinha uma vida estável, mas tudo isso foi destruído depois desse atentado”.

Conforme Só Notícias já informou, Valeria foi atingida dentro da Unidade de Saúde da Família (PSF), no bairro Santa Maria, em Guarantã do Norte, no dia 6 de setembro de 2012. Ela ficou internada por quatro dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Sinop. Após isso, foi levada pela família para o Rio de Janeiro.

De acordo com o processo, a médica teria se recusado a fornecer um atestado ao policial que chegou na unidade alegando que havia sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e, por isso, acabou faltando ao trabalho. O militar ainda teria ameaçado a profissional caso não fornecesse o documento, e efetuo o disparo com um revólver calibre 38, no momento que ela tentou pegar o celular para denunciá-lo.

Outro lado

A defesa de Lourival de Oliveira informou, ontem à noite, que vai recorrer da condenação e ele vai aguardar em liberdade.

Fonte Só Noticias

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