Escutas telefônicas: Aponta presentes aos servidores da Ager e suposta propina para o deputado Pedro Satélite

Representação destaca que Satélite teria usado filho para receber supostamente vantagens indevidas
Escutas telefônicas: Aponta presentes aos servidores da Ager e suposta propina para o deputado Pedro Satélite

Durante a investigação da "Operação Rota Final", deflagrada nesta quarta-feira pela Delegacia Fazendária (Defaz), escutas telefônicas apontaram que a organização criminosa que agia para impedir a licitação do transporte coletivo intermunicipal, teria pago propina ao deputado estadual Pedro Satélite, através de um filho do parlamentar, de acordo com o Ministério Público Estadual (MPE). O órgão ministerial detalhou a existência de um grupo criminoso para fraudar o sistema de transportes no Estado.

No pedido feito através da Procuradoria Geral de Justiça, é apontada participação de agentes lotados na Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos (Ager), Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) e Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Os promotores e delegados suspeitam que as empresas tenha efetuado o pagamento de vantagens indevidas para agentes públicos.

A família do parlamentar do PSD é ligada a uma empresa que atuava no ramo no Estado. Uma conversa gravada entre o dono da Verde Transportes, Éder Pinheiro, e um funcionário, Max Willian, falam de "presentes" para servidores da Ager e um despósito na conta de um filho de Satélite.

No entanto, a representação do MPE não cita qual filho do deputado teria recebido a transferência, mas seria Andrigo Wiegert. “Não podem ser ignorados como indícios de que a adesão dos agentes lotados na Ager, Sinfra e ALMT aos interesses do grupo, se deu mediante pagamento de vantagem indevida. No ponto, relata as conversas interceptadas entre Eder e Max William, que aponta pela entrega de presentes a servidores da Ager, bem como depósito em conta corrente de filho de deputado (Pedro Satélite)”, diz um trecho obtido com absoluta exclusividade pelo FOLHAMAX.

Vários donos de empresas e servidores públicos da Ager teriam agido por vários anos para impedir o Estado de realizar a licitação para o sistema.  "Diante do quadro exposto, alega a existência de uma organização criminosa bem estrutura que há anos pratica crimes contra a adminisração pública composta por Éder Augusto Pinheiro, Júlio César Sales Lima, Max Willian de Barros Lima, Wagner Ávila do Nascimento, contando com a participação de Eduardo Alves de Moura e o envolvimento de Luis Arnaldo Faria de Mello e Marcelo Duarte Monteiro", sintetizou o MPE.

De acordo com a denúncia, o pedido de investigação foi protocolado no Tribunal de Justiça em 2017 para apurar reclamação sigilosa feita na Ouvidoria do Ministério Público sobre uma intenção de um grupo criminoso para fraudar uma licitação de R$ 11 bilhões para o setor no mesmo ano já na atual administração. Diante de um inquérito semelhante tramitar na Delegacia de Fazendária, o magistrado determinou a unificação das investigações autorizando ao mesmo tempo quebra dos sigilos bancários e telefônicos.

Segundo o MPE, os servidores públicos da Sinfra e Ager juntamente com empresários dos transportes formaram uma "organização criminosa de forma perene e com estrutura hierarquizada com o propósito de consolidar a exploração do serviço". É destacado o lucro excessivo das empresas em prejuízo dos usuários diante da ausência de fiscalização por parte da Ager.

As investigações do MPE evidenciaram o vínculo dos empresários do transporte rodoviário, Éder Augusto Pinheiro, com Eduardo Moura; com o então diretor regulador de Transportes e Rodovias e hoje presidente da Ager, Luis Arnaldo faria de Mello, e o presidente do Sindicato das Empresas e Transporte Rodoviário de Mato Grosso (Setromat), Júlio César Sales Lima. De acordo com a denúncia, o grupo atuou de "forma alinhada com interesses".

OUTRO LADO

Em entrevista por telefone gravada ao FOLHAMAX, Pedro Satélite negou ter recebido qualquer tipo de propina. No entanto, ele explicou que seu filho Andrigo Wiegert presta consultoria para os empresários presos durante a "Operação Rota Final".

O parlamentar adiantou que não vê nenhuma ilegalidade no fato do filho receber por serviço prestado. “Tenho que conversar com meu filho, Andrigo, que pode ter feito negócios com ambos. Pelo que sei, presta assessoria para eles. Não tem nada de errado e não existe nada disso. É uma interpretação que fizeram. Se ele recebeu, deve ser de algum negócio que foi feito. É normal”, afirmou o deputado.

 

 

Fonte Folha Max

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