A Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal, apura o envolvimento de fiscais do Mapa em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi (PP), após reunião com presidente da República Michel Temer (PMDB), neste domingo (19), decidiu manter os três frigoríficos interditados, assim como os 33 fiscais agropecuários, que estão sob investigação da Operação Carne Fraca, afastados. “Ninguém será poupado, quem tiver que ser punido, será”, garante o ministro em post na página do Facebook.

Blairo afirma ainda que outra medida tomada foi o envio de três funcionários da Consultoria Jurídica para ter acesso ao processo em Curitiba (PR), onde estão centralizadas as investigações da Polícia Federal.

O objetivo é obter os laudos periciais dos produtos. “Estamos preocupados com a segurança alimentar do consumidor. E também com a imagem do Brasil lá fora a respeito da qualidade da nossa carne”, sustenta.

A Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal, apura o envolvimento de fiscais do Mapa em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. Na última sexta (17), foram cumpridos 309 mandados judiciais em seis estados e no Distrito Federal, sendo a maior operação da história da PF.

O ministro também tratou de ressaltar que o sistema de inspeção federal é um dos mais eficientes e rigorosos do mundo. Lembra ainda que os países que comprar a carne brasileira fazem inspeção. “No Ministério, são mais de 2,3 mil servidores que fiscalizam mais de 4,8 mil unidades produtoras habilitadas para a exportação para 160 países. Foi com esse serviço que conquistamos mercados”, justifica.

Em coletiva à imprensa, Blairo ressalta que apesar de não haver nenhum pedido de embargos de carnes dos países exteriores, vê com grande preocupação o fato de poder haver qualquer movimentação neste sentido, uma vez que o Brasil é um grande exportador de alimentos. “Uma atuação forte desses países impedindo (alimentos brasileiros), significa uma crise muito grande do Brasil, teríamos muitas dificuldades. Por isso, fizemos apelo aos embaixadores de que trabalhando forte podemos resolver esse assunto.”

O ministro evitou também informar o número de pessoas que vão fazer as fiscalizações para a expedição dos produtos. “Vamos checar os procedimentos. Olhar o inquérito e ver quais são os pontos observados para fazer a retrospectivas desses fatos. Um ponto do inquérito se observou que foram trocados fiscais em algumas plantas”, pontua.

Além de Temer e o ministro Blairo, participaram da reunião representantes da Associação Brasileira das Indústrias de Carne (ABIEC), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Após esse encontro, Blairo inicia uma nova rodada de reunião com aproximadamente 40 embaixadores de países importadores de carne.

Fonte RD News